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Parabéns, Itajaí: 160 anos de emancipação política e 200 anos de história

Publicado em: 03/06/20 às 09:30

Autor: Magru Floriano¹

Estava tudo caminhando para termos em junho desse ano um dos aniversários mais festivos do Município de Itajaí. Isso porque, um grupo de historiadores estava em conversa adianta com a Fundação Cultural de Itajaí para comemorar duas datas históricas: 160 anos de instalação do Município de Itajaí e 200 anos de colonização. Mas, a vida real resolveu caminhar em outra direção e a história de 2020 não registrará esses grandiosos eventos, reservando suas páginas exclusivamente para as questões envolvendo a pandemia do coronavírus que colocou o mundo de cabeça para baixo.

De qualquer forma cabe o registro. Itajaí comemora nesse 15 de junho de 2020 exatamente 160 anos de emancipação política. O Município foi desanexado de Porto Belo compondo um novo território com terras de Porto Belo e São Francisco do Sul. Nesse tempo as terras de Itajaí eram consideradas insalubres para moradia e os adversários da emancipação não acreditavam ser possível a manutenção autônoma da nova vila.

Por outro lado, muitos anos foram necessários para a comunidade conseguir consolidar essa conquista política, mas vencendo as primeiras dificuldades, Itajaí acabou se firmando como um dos principais municípios de Santa Catarina. Mesmo perdendo significativa parte de seu extenso território durante todo o processo de ocupação do Vale do Itajaí, o Município não perdeu sua posição de destaque em todos os setores significativos da vida catarinense: política, cultura, economia. Na economia destaca-se como um dos mais importantes polos logísticos de Santa Catarina; na cultura, legou a Santa Catarina artistas e intelectuais como Meyer Filho, Lausimar Laus, Dimas Campos, Henrique da Silva Fontes; na política, colocou no cenário catarinense estrelas como os irmãos Konder [Adolpho, Marcos, Arno e Victor], Irineu Bornhausen, Delfim Pádua Peixoto entre tantos outros. Tão significativa foi a contribuição de Itajaí à Santa Catarina que se torna um exercício quase impossível relacionar todos os feitos.

A outra data a ser comemorada no ano de 2020 é ainda mais emblemática. Trata-se dos duzentos anos da chegada de Antônio de Meneses Vasconcelos de Drummond a Itajaí para implantar às margens do Rio Itajaí-Mirim uma colônia. O jovem desbravador chegou por aqui nos primeiros meses do ano de 1820 com o objetivo de implantar o primeiro projeto colonizador oficial, contando com o aval do governo central, no Vale do Itajaí. A área escolhida recaiu sobre duas sesmarias às margens do rio Itajaí-Mirim, em local conhecido como Tabuleiro, quase no limite do atual município de Brusque.

Um fato histórico bastante polêmico que tem alimentado por século as discussões entre historiadores e escritores interessados na História do Vale do Itajaí. Mas, no meu entendimento, pouco importa a data exata da chegada de Vasconcelos de Drummond à Itajaí, se ele veio por terra ou por mar, se as sesmarias que ocupou integravam a Colônia Nova Ericeira [Porto Belo], se ele construiu ou não construiu uma embarcação, plantou, colheu e mandou para o Rio de Janeiro. O mais relevante historicamente é determinar que a vinda desse desbravador em missão oficial ao Vale do Itajaí sinaliza para a intenção política do reino de colonizar essa região. Uma área de terra que estava largada à própria sorte até então. Depois de Drummond tudo mudou e, para sorte nossa, logo em seguida, chegou por aqui o líder empreendedor Agostinho Alves Ramos e, depois, o latifundiário José Henrique Flores.

Obviamente que chega a ser uma injustiça destacar sempre apenas esses três nomes: Drummond, Agostinho e Flores. O que somos hoje é fruto do trabalho de milhares de trabalhadores – a maioria anônima. Por isso, nos últimos anos, tenho me dedicado à elaboração de um banco de dados, constituído de dois arquivos centrais: memorial do nome e calendário histórico. O memorial do nome teria como fundamento identificar o maior número de pessoas que participaram da história do desenvolvimento do Município de Itajaí. A ideia central passa pela observação de que uma data histórica não é feita de obra ou evento cultural, mas, fundamentalmente, por pessoas. A tarefa histórica, então, é dizer à geração atual quem fez a Itajaí que temos hoje.

Parabéns Itajaí por 160 anos de emancipação política e 200 anos de História.

¹ MAGRU FLORIANO é formado em História pela Univali e administrador do grupo Itajaí de antigamente, no Facebook.

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